domingo, 24 de agosto de 2008

E Cláudio mandou Juan...

Terça-feira, 5 de agosto, feriado em João Pessoa. Era o dia de N. Sra. das Neves, padroeira da cidade. Eram 21 horas, chovia torrencialmente. Eu estava no mercado quando minha empregada me ligou dizendo que uma senhora havia ligado relatando que tinha encontrado o meu cachorro que estava perdido, que estava com ele e aguardava minha ligação. Pensei: Ai, meu Deus, acharam CLAUDIO! Uma imensa felicidade me invadiu e não consegui fazer mais nada. Comecei a tremer... não coordenava mais os movimentos. Tinha vontade de sair correndo e deixar pra trás o carrinho cheio de compras... e foi o que eu fiz...

Passei em casa e telefonei pra tal senhora pra pegar sua localização. Ela confirmou ser um cachorro de grande porte, preto, cuja pata estava machucada. Antes de sair, peguei um lençol velho, cambucas para ração e água e alguns itens para o caso de haver algum corte ou pequeno ferimento.

Chegando no local indicado, de longe, uma senhora me acenava. Vi um cachorro deitado no meio da rua, no asfalto frio e molhado pela chuva. Quando saí do carro e fui em sua direção, ele se levantou rapidamente, porém não apoiava a pata direita no chão. Cheguei mais perto e... putz!!!! não era Cláudio, minha ‘pérola negra’... Tive vontade de chorar, tamanha era a minha decepção porém, ao olhar para aquele animal machucado e angustiado, rapidamente esqueci minha frustração e me voltei pra necessidade daquele focinho desconhecido. Era um cão de grande porte, vasta cabeleira preta e longa, por sinal, muito bonita e os sinais do tempo expressos pelos pelinhos brancos em seu focinho. Eu tinha todos os motivos para tirá-lo dali. Porque era um focinho abandonado, porque estava com dor e porque já não era mais tão jovem... Jamais o deixaria pra trás!

Tivemos um pouco de dificuldade de colocá-lo no carro pois tentou por diversas vezes me morder... Estava muito assustado e revelava muita dor ao ser tocado. Depois de conseguirmos improvisar uma focinheira, o mocinho foi alojado na minha ‘carrocinha do bem’.

Parti em direção à uma Clínica Veterinária 24 horas para fazer uma consulta e hospedá-lo por essa noite já que era feriado e tarde da noite. Segundo a avaliação do vet. em relação à perna/pata machucada, inicialmente seria um caso de luxação/torção e que seria tratado com MAXICAM 2mg, antiinflamatório/analgésico. Se no decorrer de 5 dias ele não apresentasse nenhuma melhora, seria necessário radiografar. E assim fui para casa aliviada por ele estar em local seguro e sendo cuidado. Fui pensando nele o tempo todo e desde o começo tive uma certeza de que esse focinho não era um cachorro de rua. Quando o encontrei ele não estava muito magro e seu pelo ainda estava muito bem cuidado e farto, apresentando apenas algumas pulgas que rapidamente foram dizimadas com a tomada de um comprimido de CAPSTAR. Provavelmente é um cão criado solto na vizinhança ou então foi recentemente abandonado pelos donos. Tão diferente dos focinhos que nascem e vivem nas ruas cuja pele e pelagem maltratadas apresentam as marcas de uma vida sofrida e seus corpinhos esquálidos revelam a existência de uma alimentação esporádica, escassa e insuficiente.

No dia seguinte fui visitá-lo e fiquei muito feliz ao saber que havia comido bem, bebido bastante água e ficado tranqüilo durante a noite toda. Fiquei ali junto da gaiolinha dele, fazendo muito carinho e conversando com ele. Já se mostrava mais confiante em mim. Ao ir embora, ouvi-o chorando angustiado e meu coração apertou... Era necessário ele passar mais uma noite na Clínica para que pudesse continuar sendo observado e tratado. Respirei fundo e segui. Sabia que era para o bem dele.

Na quinta-feira pela manhã novamente fui a Clínica. O veterinário disse que ele tinha respondido bem ao medicamento e que já estava conseguindo pisar, continuava se alimentando bem e se mostrava bastante disposto. A suspeita de fratura não tinha se confirmado não havendo, portanto, necessidade de permanecer internado, podendo o seu tratamento ser continuado fora dali.

Levei-o para uma casa de praia longe da cidade, onde se encontra Princesa, outra cadela resgatada pelo Grupo Amor de Bicho, cuja história, caso queiram relembrar, foi relatada no fotolog do Grupo, no seguinte link: http://www.fotolog.com/amordebicho/50718619

O mocinho recebeu o nome de JUAN, em alusão ao antológico conquistador, por ter se mostrado muito sedutor e severamente inclinado a um namorico assim que conheceu Princesa, cheirando com muito interesse ‘suas partes’ e dando-lhe lambidinhas íntimas... rsrsrsrssr

Eles estão alojados nesse quintal que tem uma parte coberta para se abrigarem da chuva e do vento, com água e comida a disposição, paninhos para se esticarem, onde recebem diariamente nossa visita, minha e de Carol, levando comida gostosa e quentinha, cuidados, denguinho e muito amor...

E vamos em frente...

Paz e luz!!! sempre...

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