segunda-feira, 11 de maio de 2009

Dara, a mais nova viajante dessa Carrocinha


Eu tardo, mas não falho... rsrsrsr. Já havia comentado anteriormente sobre esse novo resgate mas não conseguia sentar aqui, com calma e tempo, para discorrer sobre essa ‘empreitada’. Agora sim, vamos lá...

Estava indo me despedir de Dorinha, quando no caminho pra clínica, avistei um focinho deitado na beira da estrada. Pensei: – Tem ‘coisa’ aí...

Vejo com frequência, em dias de calor, cães deitados no chão das ruas de barro de localidades pouco movimentadas, mas esse fuça estava à beira de uma via de grande movimento, o que me causou grande estranheza. Me deu a impressão de estar indo em alguma direção, quando não agüentou mais, se deitando por ali mesmo. Posteriormente constatei que não conseguiu prosseguir em virtude da dor.

Parei o carro e pude ver que se tratava de uma cadela. Outra! Ah... e pretinha também como Dorinha... Absolutamente dócil pois ao me aproximar já foi logo abrindo a perninha e mostrando a barriga para receber um carinho, mas também me pareceu, que queria mostrar o mal que lhe acometia...

Meu Jesus Cristinho! Sua vagina estava totalmente destruída e havia se transformado num ‘saco’ do tamanho de uma manga, com uma enorme ‘boca aberta’ (perdoem-me a descrição bizonha...). Eu nunca tinha visto nada parecido... Fiquei ali parada, alisando sua barriguinha e imaginando quanta dor ela estava sentindo, dor essa que a havia 'nocauteado' na beira da estrada.

Não oferecendo nenhuma resistência, consegui colocá-la no carro tranquilamente. Acho que sabia que suas dores estavam com os dias contados. A dor da doença, do abandono, da fome, da incerteza do futuro e etc.

Enrolada num lençol, que propositalmente ‘mora na mala do carro’, acomodei-a ali no piso, em frente ao banco do carona com os olhos vidrados em mim. Parte do percurso até a clínica ficou se ajeitando para alcançar a minha perna e ali pousar sua cabecinha em busca de um chamego que a fazia fechar os olhinhos e dar vários suspiros, acho que, aliviados e confiantes.

Os cuidadores da clínica, a quem confiei a ‘missão’ de dar-lhe um nome, escolheram DARA, por ser pequena, pretinha e dócil, exatamente como aquela outra ‘fucinha’ que tinha acabado de partir. Como uma homenagem carinhosa e já saudosa...

Após a avaliação do vet, que confirmou ser um tumor venéreo, recebeu imediatamente a primeira, de cinco doses, de VINCRISTINA, quimioterápico usado nesses casos, aplicado uma vez por semana. O prognóstico era bom porém, em função do ‘estrago’ de sua genitália, já se cogitou a possibilidade de, após o tratamento com a quimio, recorrer a uma cirurgia de reconstrução da vagina.

Dois dias após a primeira aplicação, já se notou uma grande diferença. O tumor havia regredido sensivelmente dando-nos a certeza de que seu tratamento seria um sucesso. Apesar desse quadro dramático, quando foi resgatada, Dara não estava maltratada e nem com aspecto de abandono. Ao contrário, estava com um peso bom, pêlo bem tratado e viçoso. Perguntei aos moradores locais se ela pertencia à alguém porém eles a desconheciam.

No dia seguinte, comentando sobre o resgate com a minha empregada, fiquei sabendo de sua triste história. Dara circulava livremente pelas ruas do bairro apesar de ter uma ‘dona’ e um lar. Sabemos de toda a sorte de perigos a que estão expostos os animais quando tem livre acesso às ruas, mas infelizmente é fato que, um grande número de pessoas, principalmente as pouco esclarecidas, tem por hábito, por ignorância e/ou indiferença, fazer das ruas uma extensão do seu quintal quando se trata de animal de estimação, deixando-o livre para ir e vir ou quem sabe, ir e não mais voltar.

Sendo assim, um dia, essa cadelinha foi literalmente ‘estuprada’ por um ser, dito humano e, absolutamente desprezível. Essa cena surreal foi testemunhada por sua ‘dona’ tão desprezível quanto pois, além de não tentar impedir esse ato perverso e doentio, ainda relegou Dara ao total abandono, fechando-lhe definitivamente as portas de sua casa, impedindo-lhe que voltasse para o seu suposto lar.

É aí que eu me ‘dano’ pensando: quando tinha que manter a porta fechada para que sua cadelinha não se arriscasse nas ruas, não o fez, mas no momento em que ela mais precisou ser amparada, essa ‘senhora’ virou-lhe as costas, descartando-a como uma criatura peçonhenta e deletéria. Essa mulher é uma FDP ao quadrado... Tamanha é a minha indignação que chego a sentir náuseas...

Mas graças a bondade do Pai Celestial, Dara recebeu uma nova chance e já está sendo muito feliz... Fez hemograma e bioquímica e o resultado dos exames foi excelente. Tem ótimo apetite e, apesar do que passou, é extremamente tranqüila e afável. E a melhor das notícias: já tem adoção certa!!!!!

_________________

É isso, minha gente, a luta continua, mas não podemos nos esquecer que muito além dos resgates, tratamentos e adoções, precisamos urgentemente começar a educar e conscientizar as pessoas em relação à posse dos animais para que, num futuro, mesmo que longíquo, não haja mais a necessidade de existir pessoas que fazem proteção animal pois essas criaturinhas estarão irremediavelmente protegidas em seus lares, serão respeitadas e amadas pelos seus donos, de uma forma absolutamente responsável e irretocável.

Nem bem consegui fechar a rifa para diminuir o 'pindura' de Dorinha lá na clínica, vem essa fucinha tão necessitada e, claro, jamais a deixaria pra trás por causa da escassez do 'vil metal'. Uma vida é muito valiosa, é imensurável...

Em virtude desse acontecimento, peço mais uma vez a ajuda dos amigos amantes dos animais e/ou simpatizantes com a causa. Quem quiser colaborar dando uma forcinha financeira, QUALQUER quantia mesmo, R$ 2, 5 ou 10 reais, disponibilizo a seguinte conta-poupança:

BANCO DO BRASIL
Ag.: 3165-8
Conta-poupança: 32.990-8
Variação: 01
Maria Alice Martins de Brito
______________________

Mande um e-mail para carrocinhadobem@gmail.com informando sobre sua doação. Você também pode doar os medicamentos que mais usamos: antibióticos (cefalexina 500mg, doxiciclina 100mg), antiinflamatórios (meloxican, nimesulida), corticóides (dermacorten, meticorten). Somos muito agradecidos...


Também pode ajudar e muito, REPASSANDO esse apelo para o maior número de amigos. Quanto mais pessoas tomarem conhecimento dessas histórias, mais chances teremos de começar a mudar esse triste 'cenário'.

Ah, também não se esqueçam da RIFA da bolsa que ainda não foi fechada. Para ficar por dentro, acesse os links abaixo: http://carrocinhadobem.blogspot.com/2009/04/rifa-pra-ajudar-dorinha.html

http://carrocinhadobem.blogspot.com/2009/05/conforme-anunciado-em-post-anterior-me.html

http://carrocinhadobem.blogspot.com/2009/05/vamos-continuar-repassando.html

____________________________

Ajude, divulgue, conscientize...
Compartilhe amor... adote...
Seja mais um elo dessa corrente de amor...

Ria, chore, torça e vibre com cada história, com cada vidinha especial que passa por aqui, que viaja na Carrocinha do Bem.

Fica aqui, mais do que nunca, um apelo: NUNCA ABANDONE SEU(S) ANIMAL(IS)!!!! Eles tem sentimentos, sofrem e adoecem como nós. Não temos o direito de descartá-los como um objeto qualquer e sim o DEVER de PROTEGÊ-LOS. Se não queres a responsabilidade de cuidar de um, não o traga pra sua vida.

O UNIVERSO AGRADECE
...

Paz e luz... sempre!

_____________________

PS.: Peço desculpas pelas imagens fortes, mas é necessário mostrar a realidade do flagelo vivenciados por esses animais. Quem sabe um dia, o bicho-homem 'se toca'..

2 comentários:

Unknown disse...

É de encher os olhos de lágrimas eh pensar que uma coisa (pq isso não pode ser denomindao ser humano) possa fazer uma coisa dessas com um ser tão puro... acho que nessas situações as denominações acabam sendo trocadas, acho q o nome ANIMAL está do lado errado dessa e de tantas outras histórias! Obrigada por fazer esse trabalho tão lindo e respeitável, meu coração se enche de alegria em ver que ainda existem pessoas como vc que tratam os animais como eles devem ser tratados com respeito e muito amor!!!!!!!! =)

PaulaW disse...

Eu sempre me emociono muitocom as suas histórias, minha amiga. Éuma emoção boa, mesmo quando a história é triste, porque sei do imenso amor que você tem para dar a essas criaturinhas.... beiijo imenso